O Fenômeno Samantha Jones
Como o maior ícone de Sex and The City se tornou uma inspiração para nós?
Considero um evento canônico para toda garota assistir Sex and The City e querer ser como Samantha Jones. Se apaixonar por NY, pelos bares, pelos drinks e por quão parece facil ser alguém na vida naquele lugar. E se você gosta de homens, Samantha instantaneamente se torna peculiarmente uma inspiração. Mas a questão é: O que a faz tão especial?
Bem sucedida, bonita, confiante, boa com os homens e bem resolvida consigo mesma. Samantha é inspiradora pelo simples fato de ser quem é. Acredito que o que mais nos atraia pela ideia da invencibilidade dela seja sua determinação. Ao contrário das outras meninas, Sam sempre soube que não precisava de um homem para ser feliz. Ela já era feliz sozinha. E isso a permitia explorar outros lados da convivência com homens, os quais, eu, considero serem os melhores: o sexo esporádico.
A vida sexual dela, em todas as seis temporadas, sempre foi exepcional. Ao contrário de nós, meros mortais, que quase precisamos implorar para que achem o nosso “buraco” certo. Sam sempre teve algo que nós raramente fazemos: ela se conhecia, sabia o que queria e não tinha vergonha de pedir.
Quantas vezes nós, mulheres, preferimos fingir um orgasmo à virar pro cara e avisar que ele trepa muito mal?
Qual é a chance do cara, algum dia, melhorar se nós mesmas não somos sinceras e o avisamos que ele é ruim?
Além disso, como achamos normal sair frustrada em vez de “pegarmos” o que queremos?
Samantha me mostrou um lado do sexo que eu não havia visto. Mulheres podem sim usar homens tanto quanto eles nos usam. Sabe aqueles joguinhos manipulativos para que eles fiquem loucos atrás de nós? Está tudo bem fazê-los, porque eles também fazem! O importante é ser totalmente clara e objetiva, nada de mentiras. Não temos porquê nos envergonhar.
Esse tabu de que mulheres não podem gostar de sexo? Isso é muito anos 60 para ser perpetuado até hoje.
Há vibradores em prateleiras, diversos tipos e sabores de camisinha, sites e manuais sobre masturbação; Então do que será que ainda temos vergonha?
Lembro de quando eu era novinha, entre os 12 e 15 anos, e comecei a ter uma noção do meu corpo (o que é, cientificamente, esperado para essa idade). Na época eu fazia parte da igreja e bom….. cheguei a ter pesadelos me imaginando queimando no inferno. Talvez toda mulher esteja suajeita à isso (não à pressão da igreja, mas a sensação de culpa por “se conhecer”). Ao contrário dos homens, nós não somos incentivadas à isso. Demorei muito tempo (e uma saída da igreja) pra aceitar que isso é uma coisa normal e esperada, mas completamente repreendida.
Historicamente falando, tivemos vários eventos peculiares ligados ao prazer feminino. Um deles, e tavez o mais famoso, vem da ideia de uma “doença” que havia contaminado algumas mulheres no século 15 ou 16. A tal doença se referia a uma espécie de loucura que simplesmente se curava com o orgasmo (hoje em dia é conhecido como tesão reprimido). Os médicos realmente precisavam estimular aquela “região” até que elas chegassem lá. Alguns relatórios médicos diziam que as mulheres chegavam a sentir dores físicas absurdas e ficavam totalmente ariscas antes da chegada os hospitais.
O que me leva a pensar que temos que levantar as mãos pro céu e dar graças aos deuses por essas inovações que, por mais que ainda não temos total noção, nos possibilitou mais acesso ao prazer.
Porque está tudo bem querer ter prazer. Seja sozinha ou acompanhada.
Não deveríamos nos sentir tímidas ou envergonhadas por isso. Por querer isso.
Desde 1960 que, com a criação do primeiro anticoncepcional, o sexo deixou de ser sobre procriar e sim sobre sentir prazer. Então, onde isso se perdeu? Onde começamos achar que está tudo bem mentir pro nosso parceiro sobre ele ser bom de cama? O sexo, para nós, mulheres, nunca deve ser sobre o outro e sim sobre nós. Assim como Sam, devemos nos colocar em primeiro lugar e transformar nossa admiração por ela em realidade!
Em vez de mentir, ensine-os. Antes de ensina-los, aprenda.
De passinho em passinho, caminhamos para nos tornar uma Samantha Jones: Completamente livre desses tabus sexuais